09 Dez / Consumia bastante e passei a roubar
Entrevista a Utente, 25 anos, em tratamento das dependências de álcool e drogas na Comunidade Terapêutica Quinta Das Lapas, Dianova
Dianova: Como entrou no mundo da droga?
C.P.: Na escola ia a festas e havia sempre droga, foi fácil entrar neste mundo.
Dianova: Há quanto tempo abusa de drogas?
C.P.: Há 8 anos.
Dianova: Que impacto teve o consumo na sua vida?
C.P.: Teve um impacto enorme, deixei de fazer coisas que fazia regularmente no dia-a-dia.
Dianova: Como teve consciência que tinha um problema?
C.P.: Quando comecei a cometer crimes. Felizmente nunca fui apanhado. Mas quando comecei a roubar, percebi que precisava de ajuda. Este vício estava a influenciar toda a minha vida, desde a minha família, o trabalho e até as relações com pessoas no geral e foi por isso que eu decidi pedir ajuda.
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Dianova: Conte-nos um episódio que tenha acontecido antes de entrar na Dianova.
C.P.: Consumia bastante e passei a roubar. Lembro-me que entrei num Hotel, roubei umas quantas garrafas de vinho e saí. Depois bebi tudo sozinho.
Dianova: O que o motivou a tratar-se?
C.P.: Alguns dias depois deste episódio, entrei dentro de uma igreja para roubar de novo. Roubei as pratas que consegui apanhar, e apercebi-me que não queria isso como modo de vida. Foi o momento em que decidi tratar-me.
Dianova: É a primeira vez que faz um tratamento ou é reincidente?
C.P.: É a primeira vez.
Dianova: Como encontrou a Dianova e porque a escolheu?
C.P.: Encontrei a Dianova através da Arrisca, uma Associação de Toxicodependentes em São Miguel. Entrei lá inicialmente, mas aconselharam-me a vir aqui para a Comunidade Terapêutica Quinta das Lapas.
Dianova: Há quanto tempo está na Dianova?
C.P.: Quase 3 meses.
Dianova: Como foi a sua integração no tratamento na Comunidade Terapêutica?
C.P.: Foi muito difícil. Tive de conhecer os meus colegas primeiro e depois perceber o porquê de estar aqui. Assim como, afastar-me da minha família e da minha namorada foi complicado mas eles aceitaram a minha decisão.
Dianova: Que partido retira das actividades ocupacionais como uma das dimensões terapêuticas do tratamento?
C.P.: As actividades servem, por exemplo, para nós enfrentarmos alguns medos que temos dentro de nós. E para aprendermos a lidar com pessoas que têm mentalidades diferentes. Para mim isso é fundamental porque me vai ajudar a saber lidar com pessoas, ter mais calma e paciência para ouvir outras opiniões.
Dianova: Deixe uma mensagem para quem ainda não encontrou tratamento.
C.P.: As pessoas têm de pensar seriamente antes de virem para cá. Acima de tudo, a pessoa tem de saber se quer ou não realmente tratar-se. Porque se não quiser, pode ser uma perca de tempo. Mas se a pessoa se quiser realmente tratar, ela irá conseguir porque todos os problemas têm uma solução!
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Sobre a Dianova Portugal: o nosso objectivo é oferecer tratamento da dependência de drogas e do alcoolismo baseado em evidências científicas e com certificação em gestão da qualidade ISO 9001.
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