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11 Dez / Investir na erradicação da violência de género é Poupança futura

Permanece necessário e urgente um incisivo empenho político e investimento em recursos e oportunidades para erradicar a violência de género

Factores culturais e económicos explicam, em parte, os motivos pelos quais 85% das mulheres – a maioria com crianças – envolvidas em programas de assistência e capacitação como vítimas de violência doméstica (uma das tipologias de violência de género), por períodos até um ano, voltarem invariavelmente para o agressor.

 

Dados do Centro de Acolhimento Temporário para vítimas de violência doméstica e outros públicos vulneráveis. Geridos pela Dianova entre 2005 e 2011, inseridos no projecto SOLIS de desenvolvimento comunitário no centro-norte do país.

 

Apesar da abordagem holística do programa junto das vítimas, existe um terceiro factor. De facto, este prendia-se com o facto de o agressor não ser integrado na equação.

Esta simples falha resulta: 

a)  Em primeiro lugar, na perpetuação do círculo vicioso de violência;

b) Em seguida, no incremento dos custos sociais, jurídico-legais, sanitários e económicos de médio e longo prazo;

Independentemente da qualidade dos serviços, do consequente empoderamento da mulher e de um maior sentimento de segurança e bem-estar.

“Capacitar as mulheres pode efectivamente protegê-las de trabalhos informais, instáveis ​​e mal pagos. Aliás, é um dos fundamentos das economias estáveis. Com o intuito de cumprir os compromissos internacionais para promover o desenvolvimento e os direitos humanos. Além disso, capacitar as mulheres melhora a vida de todos – mulheres, homens, famílias e comunidades inteiras.”, in Manifesto Corporativo Dianova.

A Violência de Género é mais do que meras estatísticas

Contudo, os dados avassaladores desta problemática não se confinam à violência doméstica:

– 16% a 52% das mulheres são alvo de violência física pelos seus parceiros e 20% agredidas sexualmente durante as suas vidas, in Violência de Género e Saúde

– 16% das mulheres expostas a parceiros violentas são mais susceptíveis de dar á luz um bebé com menor peso;

– 15% a 30% do abandono escolar de raparigas deve-se a uma diversidade de desafios educacionais como casamento em idade precoce e gravidez na adolescência, in Violência e Segurança em Meio Escolar;

– 75% das mulheres com formação superior ou que ocupam posições de liderança são vítimas de violência no trabalho em algum momento as suas vidas, pro agressão física, assédio sexual e/ou abuso psicológico, in A Violência Contra as Mulheres no Local de Trabalho;

– 23% é o actual fosso salarial entre homens e mulheres, indicado da desigualdade e violência no local de trabalho, International Labour Organization;

– Ao ritmo actual alcançar a igualdade económica entre homens e mulheres no local de trabalho é de 217 anos, World Economic Forum;

– Se às mulheres tivesse sido dado o mesmo tratamento e participação equitativa no mercado de trabalho, o PIB em alguns países teria subido em 34%, International Monetary Fund

– 31ª é a posição de Portugal, entre 144 países, com um score de imparidade de 0,737, encontrando-se as variáveis Participação e Oportunidade Económica e Empoderamento Político as que apresentam maior distanciamento para alcançar a paridade, The Global Gender Gap Report 2016

A Campanha da Rede Internacional Dianova “Una-se. pinte o mundo de laranja”

De tal forma que, foi neste contexto de indignação nacional e mundial que os membros da rede internacional Dianova lançaram, entre 25 de novembro e 10 de dezembro, a iniciativa de 16 dias de activismo contra a violência de género UNITE | UNA-SE”. Esta iniciativa visou consciencializar e incentivar políticos, empresas e a sociedade para os abusos e agressões. Pelo menos, 800 milhões de mulheres e meninas de todo o mundo continuam expostas aos mesmos. 

 

Urge mudar a cultura de sexismo e de violência de género através do compromisso e envolvimento de todos os actores sociais (in Acabar com a Violência de Género).

  1. É fundamental criar culturas organizacionais que previnam comportamentos de violência;
  2. Mudar ou implementar legislação;
  3. Políticas de financiamento para criar mecanismos de protecção e empoderamento de mulheres, crianças e sobretudo de grupos socialmente mais vulneráveis.

 

Portugal está na moda, e não é apenas por questões de Turismo a nível mundial. Foi exemplar em matéria de legislação de saúde e laboral inovadora:

  1. Lei n.º 30/2000, de 29 de novembro (Lei da Descriminalização do Consumo), uma referência internacional como abordagem de saúde integrada com direitos humanos;
  2. e volta a sê-lo com a Lei n.º 73/2017, de 16 de Agosto (Lei da prevenção da prática de assédio no trabalho).

 

Instrumentos de benchmarking que o nosso país deve não só seguir, mas sim implementar com eficácia. Contribuiria para o desenvolvimento humano e social mais justo, equitativo e próspero “não deixando ninguém para trás”.

Clique para ver o Álbum de Fotos da campanha.

Sobre a Dianova Portugal: o nosso objectivo é oferecer tratamento da dependência de drogas e do alcoolismo baseado em evidências científicas e com certificação em gestão da qualidade ISO 9001.

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